O que é bom para mim é bom para os outros?
Há muitos anos, uma aluna da Blossom disse “Se esta peça é boa para mim, também é boa para a minha cliente.”
Dei por mim a pensar que estava em total desacordo. Exemplifiquei com detalhe porque é que não devemos trabalhar com essa visão. Depois, com o passar do tempo, apercebi-me de que um dos maiores desafios para quem está a entrar nesta área é ter a capacidade de desligar-se do seu estilo pessoal para evitar que seja projectado no cliente.
Praticamos vários exercícios nos cursos da Blossom para treinar a isenção, ou seja, a habilidade de isolar o gosto pessoal do aluno para que possa focar-se no que interessa - o mundo de cada cliente. Dentro deste mundo há cores, formas, texturas, silhuetas, padrões e materiais que compõem todo um imaginário individual. É sempre aí que temos de chegar e é dentro dele que trabalhamos. Este imaginário constrói-se ao longo de muitos anos e o nosso papel é descobri-lo e respeitá-lo, como gostaríamos que respeitassem o nosso.
Perceber o que significa bonito ou feio para o cliente, qual é o seu conceito de elegância, modernidade ou qualquer outra palavra que lhe interesse, compreende-se melhor através de suportes visuais. Daí a existência dos Portfólios de estilos no curso inicial e dos Styleboards dos cursos de Linguagem Visual de senhora e homem.
Conseguimos uma isenção a 100%? Claro que não, somos seres humanos. Nem a IA é 100% isenta, não é? E além das metodologias desenvolvidas em cada curso da Blossom, continuar a ampliar a cultura visual é, sem dúvida, a minha estratégia de atualização preferida e aquela em que mais insisto como suporte para o trabalho futuro.
Não é um curso que nos dá tudo o que precisamos para sermos profissionais de excelência. Prepara-nos, dá-nos bases e métodos de trabalho mas, como em qualquer área que relacione pessoas e criatividade, é preciso ter uma curiosidade inesgotável.