O que é bom para mim é bom para os outros?

Há muitos anos, uma aluna da Blossom disse “Se esta peça é boa para mim, também é boa para a minha cliente.”

Dei por mim a pensar que estava em total desacordo. Exemplifiquei com detalhe porque é que não devemos trabalhar com essa visão. Depois, com o passar do tempo, apercebi-me de que um dos maiores desafios para quem está a entrar nesta área é ter a capacidade de desligar-se do seu estilo pessoal para evitar que seja projectado no cliente.

Praticamos vários exercícios nos cursos da Blossom para treinar a isenção, ou seja, a habilidade de isolar o gosto pessoal do aluno para que possa focar-se no que interessa - o mundo de cada cliente. Dentro deste mundo há cores, formas, texturas, silhuetas, padrões e materiais que compõem todo um imaginário individual. É sempre aí que temos de chegar e é dentro dele que trabalhamos. Este imaginário constrói-se ao longo de muitos anos e o nosso papel é descobri-lo e respeitá-lo, como gostaríamos que respeitassem o nosso.

Perceber o que significa bonito ou feio para o cliente, qual é o seu conceito de elegância, modernidade ou qualquer outra palavra que lhe interesse, compreende-se melhor através de suportes visuais. Daí a existência dos Portfólios de estilos no curso inicial e dos Styleboards dos cursos de Linguagem Visual de senhora e homem.

Conseguimos uma isenção a 100%? Claro que não, somos seres humanos. Nem a IA é 100% isenta, não é? E além das metodologias desenvolvidas em cada curso da Blossom, continuar a ampliar a cultura visual é, sem dúvida, a minha estratégia de atualização preferida e aquela em que mais insisto como suporte para o trabalho futuro.

Não é um curso que nos dá tudo o que precisamos para sermos profissionais de excelência. Prepara-nos, dá-nos bases e métodos de trabalho mas, como em qualquer área que relacione pessoas e criatividade, é preciso ter uma curiosidade inesgotável.

Mário de Sá Carneiro escreveu (e a Adriana Calcanhotto cantou) “Eu não sou eu, nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: pilar da ponte de tédio que vai de mim para o outro.

É importante atravessarmos esta ponte que vai até ao outro. É neste caminho que está o encanto da descoberta e, com ela, as surpresas que habitam em cada pessoa.

Dora Dias

Fundei a Blossom Image Consulting em 2009, uma das pioneiras na área da consultoria de imagem em Portugal.

Além de ser consultora de imagem para clientes particulares e corporativos, formo profissionais nesta área através de cursos da Blossom que têm diferentes níveis de especialização e uma abordagem multidisciplinar.

A MINHA VISÃO

Defendo que ajudar os outros na descoberta e afirmação do seu estilo pessoal é um processo que deve contemplar uma multiplicidade de abordagens, excluindo rótulos, regras e teorias pré-definidas. Por acreditar que “cada pessoa é um mundo*”, procuro compreender incessantemente a relação dos clientes com a sua imagem e as várias camadas que compõem o universo estético individual.

Partilhar a experiência profissional dos últimos 20 é um dos meus grandes prazeres e continuo a acreditar que o mundo é um lugar fascinante quando criamos harmonia à nossa volta e nos interessamos genuinamente uns pelos outros.

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